quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Eleições: próxima última chance

Como de costume, as eleições carregam as mesmas sensações de sempre. Velhos problemas, mesmas posturas.


É como se todos nós estivéssemos em um filme de terror, onde os monstros apenas aparecem a cada 4 anos. E então, os memoráveis aldeões da sociedade amaldiçoada ganham uma espécie de "próxima última chance" para a salvação de suas vidas, um belo passe de mágica.

O grande problema é que esses personagens, por vezes honráveis lutadores, parecem nunca se entender ou não possuem habilidades suficientes, e outros muitos estão de vistas cansadas.

Já os nobres cidadãos, pensadores influentes e estrategistas militares, mostram-se alheios a tudo. A esmagadora maioria, ao invés de juntar forças e discutir os problemas comuns, gasta toda energia apreciando novas armaduras e reconhecimentos individuais. E pior, eles promovem verdadeiros desfiles para tal.

Por que lutariam para mudar as coisas se estão vivendo com aparente tranquilidade?

A verdade é que no fundo eles se sentem indestrutíveis. Os monstros nem assustam tanto. Estes últimos seres, estão sempre distantes, a maioria da sociedade sequer já os viu ao longe.

E enfim, ainda por enquanto, quase todos habitantes apenas se contentam em lutar para manter a ordem nos seus devidos quintais. Agradáveis locais, que por sinal, grande parte dos personagens mal possui.

sábado, 14 de agosto de 2010

Montanha Russa


Quantas vezes já nem sei
minha testa enxuguei,
pouco ar pra bem pensar
muito pra se acostumar

Num escorrer de mistas lágrimas
chatas, engraçadas,
você sabe por inteiro
que é mais um passageiro

Está tudo bem,
não se iluda,
é só uma montanha russa
logo vai estacionar

No calor de tantos medos,
pode o tudo virar nada
nesses trilhos de charada

Sobe e desce, nunca cai
ao mesmo tempo todos vão,
não existe solidão

Por essa montanha russa,
divertido é pensar,
não ter medo de ousar
só que sabendo a razão

E se chega um marasmo,
me lembro daquele espaço
onde a lua é mais brilhante
e o sol quase um calmante,
lá que é nosso lugar

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Areia Movediça


Doentes, ignorantes, humanos,

o mal não está abaixo de nossos pés
mas estamos próximos a infernos,
inexistentes!

Não acredito na plena justiça, humana
na corrida do mais forte, mérita
no jogo da vida, ingrato
no total acaso

Mas bobo aquele que se arrisca,
na areia movediça!

Temos livros confusos
pois nos falta explicação, exata
para olhos de criança, mimada
que apenas tudo sente ou falta

Incompletos, conscientes ou não
nem sempre com os pés no chão,
sonhamos com um céu,
num desenho de papel

Nossa corda é mesmo bamba,
mas somente é um desafio,
que muito lento, nunca tardio
iremos equilibrar

Mas bobo aquele que se arrisca
na areia movediça,
pois abaixo é mais fácil
dele mesmo se afundar

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Caminhos Falhos


Correr, livre pela estrada

sem saber de nada, sem o que fazer
respostas que não dizem nada
mente perturbada, perguntar pra quê?

Da vida, procurando mapa
uma cópia barata,
deve merecer?

Prefácio, sem suor, num passo
um roteiro fácil,
mal precisa ler

E num virar de esquina,
encontrar a mina,
que aos olhos brilha,
mas não vê razão

De que adiantaria
munição sem mira?
pra um tiro certo,
falta pontaria


Crê em mero acaso,
e cruza sempre um braço e meio de azar,
quem num virar de cartas

tenta se encontrar


De conhecimento,
nem uma migalha
só fogo de palha,
um viver em vão

E inocente, foge
inventando atalhos
pra um caminho falho,
pura ilusão

segunda-feira, 3 de maio de 2010

A guia


É ela que tira da cama
arruma o caminho, mostra direção
é ela que afasta da briga, encanta e convida pra reflexão
certeza, de todos é ela o melhor remédio pra qualquer razão

Gostosa, bondosa, vem sem muita prosa: observação
Tá sempre contigo, seu melhor amigo, quer queira ou não

Nunca
entra em copo, não possui formato ou degustação
Confunde o tolo, movido a tesouro: alienação

E quem não escuta, se perde na luta, vive decepção
pode crescer tarde, não possui caprichos e nem presunção
Difícil entender, praquele que crê só em maldição,
que o fogo é amigo e também um perigo, depende da mão

E mesmo o sofrido, temeroso, partido, se enche de amor
ao ver ele próprio que mesmo no lixo, nasceu uma flor

Depois de abrir a janela e soltar um sorriso, já meio banguela
escuta sua voz, que te desafia, toda singela:
Olha nos meu olhos,
diz que a vida não é bela!

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009


"Há um prazer nas florestas desconhecidas;
Um entusiasmo na costa solitária;
Uma sociedade onde ninguém penetra;
Pelo mar profundo e música em seu rugir;
Amo não menos o homem, mas mais a natureza..."


(Lord Byron)

domingo, 15 de novembro de 2009

Relatividade.


Há tempos perbeci, com olhar mais profundo, que conquistar esse mundo, é desejar pouca coisa.

E a melhor notícia: quanto mais estudamos, mais evidente fica a nossa total ignorância.

Otimista ou pessimista, depende do ponto de vista.