terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Estado real?

Certamente se não fosse minha condição atual, nem estaria escrevendo nesse momento. Estou sob efeito de X soluções químicas induzidas na veia que tiram a dor e causam aparente bem-estar, felicidade, ou seja, outro processo químico. Meu estado de agora pode ser chamado de "artificial", mesmo circulando as mesmas substâncias no organismo quando estiver num estado "real".
O fato é que no estado artificial foi possível fazer coisas reais, além de ficar deitado em uma cama. Também possibilitou pensar muitas coisas, conscientemente. Não faz muito tempo que descobri nossas emoções e sentimentos sendo meramente processos químicos que agem no organismo. Algo realmente interessante e que nem paramos para pensar.
Fica cada vez mais difícil definir um estado real, sem influência de algo, externo ou interno. Uma indução pode ocorrer através de qualquer droga cuidadosamente preparada ou não, mas também através apenas de uma simples palavra, displicente até, ouvida ou lançada. O pensamento nem se fale, daria pra definir como um coquetel poderoso, com alto poder de influência e total invisibilidade, sem qualquer percepção concreta.
Pois bem, já que agimos conforme um conjunto de processos químicos, basta apenas procurar as soluções certas e saber viver com independência. Fácil, não é? Não.

Ah, o final do ano chegou. Objetivos para 2009? Saúde.


[Após escrever o texto encontrei por acaso esse artigo, curioso.]

terça-feira, 25 de novembro de 2008

O dia que o Zumbi balança a cabeça.

Um pouco atrasado venho aqui fazer uma observação sobre os feriados no país. É muito engraçado analisar a razão de alguns deles. Qual o critério para a criação do “Dia do Evangélico” e do “Dia da Consciência Negra”?- a meu ver o último é o dia mais preconceituoso do ano.

Essa semana li a seguinte matéria na Folha de São Paulo; Preconceito racial diminui no país - neste ano, 3% dos entrevistados afirmaram ter preconceito – eram 11% há 13 anos, quando o levantamento deu origem ao caderno especial “Racismo Cordial”. Há, porém, forte percepção de que o Brasil é um país racista. Para 91% dos entrevistados, os brancos têm preconceito contra negros.

Certa vez um amigo do meu pai proferiu a seguinte célebre frase: “Não existe mais preconceituoso contra negro do que o próprio negro”. Ele, que por sinal é negro, relatou que várias vezes teve a experiência de notar que quando um branco chega na roda de conversa onde estão negros, o discurso muda totalmente de foco.

Claro que isso não é regra geral, mas serve para exemplificar a tendência de polarizarem as discussões no país, como se só existisse um tipo de preconceito e uma única direção. Nunca vi muita discussão quanto ao preconceito contra amarelos, brancos ou vermelhos. Sempre contra os negros, e o pior, estes aparecendo como se fossem vítimas, indefesos, até coitados. Analisando mais a fundo, é possível perceber que foi criada ao longo de anos até uma imagem de moda ao expressar algo alusivo à “causa negra”. Não é muito difícil notar pelas ruas alguma camiseta escrita “orgulho negro” ou “100% negro/black”. Parece que foi criada uma necessidade de mostrar que quem é negro não deve sentir vergonha disso e os de outra cor devem apoiar o movimento, ganhando um status de "legalzão", "moderno". Não dá para acreditar o quanto isso é ridículo. Não o fato de usarem as camisetas, particularmente acho qualquer tipo delas totalmente desnecessário, independente da cor expressada, o problema em si é a razão para tal. Ao invés de lutarem por igualdade social, acabam brigando por raças/cores. Tenho certeza de que esse tipo de movimento faria o aclamado Zumbi balançar a cabeça.

Há algum tempo digo que tenho a curiosidade de andar com uma camiseta escrita “orgulho branco” ou “100% branco/white”. A idéia é ao sair de casa cronometrar o tempo que levaria para alguém exercer algum tipo de reação negativa. Não me espantaria haver sérias denúncias alegando racismo ou algo do tipo.

São por essas e outras questões que farão o racismo sempre existir. Enquanto tratarem tudo com diferenças o país será eternamente, de forma ou outra, preconceituoso.

domingo, 9 de novembro de 2008

Belos vencedores.


Tudo certo, campeão
conseguiu o quê desejou
pisava firme no chão
invejoso bolso gordo
um belo modelo de sucesso

Viver sempre foi acumular
quantos esforços para tal
grandes valores a guardar
espaço nunca foi um problema
que futuro genial

Nariz pra cima, peito aberto
quanta altura, era difícil ver seu rosto
sempre correu demais
belos sapatos, aliás
não é difícil reparar

Agora as coisas estão mudando
dizem que está tudo estourando
sua imagem ficou horizontal
mas, espaço nunca foi um problema
tragam mais material!

Mas que estranho, onde já se viu?
sair coisas do ouvido de quem nunca ouviu
nada de pânico, nunca esteve sozinho
é um dos vencedores
guardarão muito bem os seus troféus
só não revele suas dores.

Enfim, devaneios de madrugada.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Tratamento de choque.

No meio dessa semana fui ao médico para ver o quê de fato aconteceu no meu braço esquerdo, pois já havia passado por um médico tão bom que preferi nem levar em consideração o diagnóstico dele. Até agora não entendi a razão do mesmo ter pedido exame de raio-x para descobrir um problema que não é ósseo. Pois bem, desconfie de clínicas que oferecem no mesmo local, tratamento de saúde e tratamentos de estética ou coisas do gênero, complicado! Só fui saber disso ao estar dentro do prédio. Ainda bem que no meu caso trata-se de apenas um pequeno problema no braço.
Voltemos para a nova consulta, dessa semana. Eu já imaginava que fosse algum problema no ligamento do cotovelo. Como dizem; "de médico e louco, todo mundo tem um pouco". Após examinar o braço e eu dizer ao médico que já havia tomado "flanax", um anti-inflamatório conhecido, ele fez pouco caso e sentenciou: "vamos entrar com uma coisa pesada e que resolve!". Mais que depressa já foi furando meu dedo e fez o teste de diabetes. Após isso explicou detalhadamente o problema. Agora deu para confiar.
Por fim, a caneta entrou em ação e indicou:
-Lesão ligamentar X.
-1 aplicação de injeção dupla Y a cada 5 dias.
-1 caixa de anti-inflatório Z que resolve.
-1 exame de ultrassom e provável fisioterapia.

Só não entendo o motivo de ainda não terem me chamado para fazer tratamento no reffis.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Faz Parte do Meu Show.


“Uma biografia de alguém muito especial e que viveu de forma especialmente exagerada... Rebeldia somada a sexo, drogas e muito rock’n’roll identificam as pegadas de alguém que soube viver a sua maneira: curtiu como sabia e viveu como podia... Seu canto foi a voz de uma geração; sua poesia, o retrato de uma época; sua irreverência, o anseio da juventude... O show prossegue, e a vida também. Luzes, música, poesia: o show deve continuar.”

O livro foi escrito por Robson Pinheiro , mas, o verdadeiro autor, por motivos de direitos autorias, preferiu não se identificar. Faz Parte Do Meu Show foi definido como um romance que fala de coragem, de arte, de música da alma, da alma do rock e do rock das almas. O jeito extravagante do artista retratado nessas páginas, todas suas formas de expressão, os exageros e o “ponto final” chamado HIV, revelam sua identidade com clareza. Ao longo das páginas, outros artistas fantásticos também aparecem, como; Raul Seixas, Carlos Drummond de Andrade, Elis Regina e o Chacrinha (isso mesmo, aquele da “Terezinha!”).

“Sei que este trabalho causará polêmicas, discussões e rebeldia. Afinal de uma forma ou de outra, todos somos rebeldes, exagerados... aprendizes... E, como principiantes, ao compor a música de nossas experiências, erramos, gritamos ou choramos. Exageramos nas atitudes e nos punimos ao realizar o próprio julgamento, no tribunal de nossas consciências...”

A obra transmite variados tipos de emoção e pensamentos ao leitor; podendo fazer sorrir, refletir, questionar, duvidar ou até chorar. Seu objetivo não foi provar nada para ninguém e apesar de alguns acharem, esta obra, não tem nada a ver com religiosos ou qualquer religião específica. Em relação a estas últimas questões, aliás, nem vou fazer muitas observações neste post, pois, obviamente, é um assunto muito complexo para ser discutido com profundidade em apenas algumas linhas. No meu caso, essa história de vida e morte, pode assim se dizer, funcionou para mim como uma espécie de reafirmação, deixando claro o real significado dessa vida, bem como minha relação estabelecida com as “instituições” e todos símbolos mais significativos da nossa sociedade.
Ao contrário do que muitos pensam, não devemos seguir um modelo de como devemos viver, agir. Precisamos viver. As palavras “certo” e “errado” possuem um peso enorme na nossa vida e, infelizmente, são normalmente aplicadas da forma mais ditatorial possível. Em geral, passamos a vida procurando algo que está dentro de nós, a felicidade. (Neste momento me parece importante deixar claro que o livro não é de auto-ajuda). Acima de qualquer coisa, precisamos saber que temos o real poder de modificar nossa vida e fazer as coisas do nosso modo, mas, sempre tendo em mente que estamos num cenário aparentemente pouco gentil, chamado Planeta Terra, e, devemos aprender o máximo possível dentro dele, sendo a consciência nosso eterno juiz.
No final, as coisas que fizemos, o modo como agimos e vivemos, tudo isso fará, eternamente, "parte do nosso show”.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Maluf, humor sapiens-sapiens-sapiens.


Depois de pensar um pouco sobre como funciona a política e participar por livre e espontânea obrigação de alguns domingos eleitorais (experiência totalmente válida pelo estudo antropológico, é sério) eu constatei que o voto não tem nada a ver com políticos, é muito mais do que isso. Você ficaria impressionado em saber a relação que as pessoas possuem com o ato de votar. Essa ação possui significados variados, podendo ser; um passa-tempo, uma forma de lazer, alguma espécie de afirmação da vida, uma lobotomia, um tempo perdido ou até uma questão de fé. Mas, o que pretendo mesmo com este post é fazer, se possível, algum tipo de análise sobre quem considero um dos últimos artistas notáveis desse país ou, provavelmente, do mundo.
Muitas pessoas se ainda não conhecem certa personalidade de nome Paulo e sobrenome Maluf, ainda vão ouvir falar dela algum dia. Trata-se de um ser humano totalmente diferenciado. Considero que ele está à frente de seu tempo, e não é pouca a distância. Sua profissão é de empresário e investidor, mas, sua real vocação está ligada às artes.
A maioria das pessoas, eu me incluía nesse grupo há certo tempo, acredita que ele seja apenas mais um político com boas intenções. É triste constatar isso e não sei dizer até quando essa situação vai perdurar. A real vocação desse emblemático senhor, acredite, é a comédia crítica. Não estou falando daquele tipo de humor que você encontra facilmente em algum programa nas noites de sábado na televisão brasileira, definitivamente, não. É algo que ainda vai influenciar toda uma futura geração de comediantes, será um marco na história, uma matéria a ser estudada na literatura mundial; possivelmente algo como CAM – CDP (Comédia Antes de Maluf – Comédia Depois de Maluf).
Talvez seja necessário este gênio não “estar mais entre nós” para que possam notar com mais clareza sua forma de arte. A maioria das pessoas, infelizmente, ainda pensa que ele quer ser votado em alguma eleição. Não, absolutamente, não. E, o mais triste de tudo é que muitos ainda votam nele, esse número vem diminuindo a cada disputa eleitoral, ainda bem, pelo menos é um fator positivo. Isso tudo apenas prova que Paulo Maluf é, sem dúvida alguma, o melhor naquilo que ele nunca quis ser; político. Qual destes conseguirá tal façanha algum dia? Não querer ser votado e ainda assim, receber boa quantidade de votos? Extraordinário.
Seu humor crítico é altamente refinado, rico em figuras de linguagem e simbolismos. Sua arte deverá ser compreendida aos poucos, ao longo de muitos anos.
Além do humor crítico, ele é muito versátil e costuma fazer todos os tipos de humor que você conhece. Abaixo deixarei algumas das “frases-artes-obras” mais famosas, colocando algumas observações. Muitas das suas criações ainda não foram consideradas interpretáveis com clareza até o momento, obviamente.
“Todo mundo sabe qual é o meu sonho. Não sou candidato a nada, mas sou candidato a tudo.” (O artista dá uma espécie de dica das suas reais intenções)
”Se está com desejo sexual, estupra, mas não mata.” (Essa frase foi dita em uma palestra para estudantes de medicina, sua complexidade é incomparável)
"Confesso que errei, mas quem nunca errou na vida? Escolhi para ser prefeito de São Paulo, um afrodescendente, carioca.” (Aquele humor que pode “dar cadeia”)
“Se Pitta não for um grande prefeito nunca mais votem em mim.” (Novamente ele enfatiza suas reais intenções na política)
“Brasília é como uma colméia. Metade fica voando e metade fica fazendo cera.” (Bela aplicação literária)
"Meus pecadinhos são muitos pequenos."
“Já disse mil vezes e vou repetir democraticamente mais uma: não tenho conta na Suíça.” (Uma crítica genial ao conceito de sistema democrático)
"Dizem que prometo muito e faço pouco. Se eu prometo muito é porque faço muito."
”No julgamento final, quando chegar perante Deus, e ele me perguntar o que você fez lá, naquele mundo terrestre. Eu vou dizer que ajudado pelos meus amigos e pelo meu partido, eu fiz isso, isso e isso. Vou tomar uns dois meses de Deus contando o que eu fiz. Aí ele vai dizer: Maluf, seus pecados são pequenininhos. Fica uns dez minutos no purgatório e depois vai pro céu.” (Crítica referente a muitos pensamentos religiosos)
“Se não tivesse sido político, se eu fosse cientista, vocês podem ter certeza, eu estaria bem perto de descobrir a cura do câncer.” (Uma crítica global ao sistema/indústria da Saúde)
"Não é possível andar mais do que 10 minutos em São Paulo sem passar por uma obra minha" (Essa frase foi dita faz tempo, atualmente ele já chegou a falar em 5 minutos.)
"No Brasil, o político é veado, corno ou ladrão. A mim, escolheram como ladrão." (Uma metalinguagem?)

Seria um pecado não conferir sua atuação ao cantar a música “amigo” do não menos artista, Roberto Carlos, num programa da "Marilia Gabi Gabriela" em 1986.


quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Algumas conclusões.


Talvez eu não seja esse cara no espelho.


Talvez eu não seja esse, cara.

Talvez, eu não, seja esse.

Talvez eu não seja.

Talvez eu, não.

Talvez, eu.

Talvez!

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Aloha!


Este texto inaugural, assim como todos, futuramente, serão ditados. O sujeito responsável por essa página declara-se apenas um publicador, comprometendo-se a não alterar qualquer assunto elaborado por nós, os reais idealizadores.
Aceitaremos qualquer espécie de comentário dos sujeitos, loucos o suficiente para tal, que lerem os conteúdos publicados, deixando claro que tudo será passível de edição. Por fim, esta página pretende mostrar nossas opiniões a respeito de qualquer coisa, bem como, criar o conteúdo que quisermos. Por entrar nesta página, esperamos que você seja realmente responsável por suas ações.
Infelizmente ou não, você nunca saberá nossa identidade, nem sequer saberá ao certo de onde viemos ou o motivo de estarmos fazendo essas coisas, mas, isso não importa tanto. Felizmente ou não, é possível que o encontremos com certa facilidade. NEM TUDO É NEGOCIÁVEL.

Boas vibrações para todos.