terça-feira, 25 de novembro de 2008

O dia que o Zumbi balança a cabeça.

Um pouco atrasado venho aqui fazer uma observação sobre os feriados no país. É muito engraçado analisar a razão de alguns deles. Qual o critério para a criação do “Dia do Evangélico” e do “Dia da Consciência Negra”?- a meu ver o último é o dia mais preconceituoso do ano.

Essa semana li a seguinte matéria na Folha de São Paulo; Preconceito racial diminui no país - neste ano, 3% dos entrevistados afirmaram ter preconceito – eram 11% há 13 anos, quando o levantamento deu origem ao caderno especial “Racismo Cordial”. Há, porém, forte percepção de que o Brasil é um país racista. Para 91% dos entrevistados, os brancos têm preconceito contra negros.

Certa vez um amigo do meu pai proferiu a seguinte célebre frase: “Não existe mais preconceituoso contra negro do que o próprio negro”. Ele, que por sinal é negro, relatou que várias vezes teve a experiência de notar que quando um branco chega na roda de conversa onde estão negros, o discurso muda totalmente de foco.

Claro que isso não é regra geral, mas serve para exemplificar a tendência de polarizarem as discussões no país, como se só existisse um tipo de preconceito e uma única direção. Nunca vi muita discussão quanto ao preconceito contra amarelos, brancos ou vermelhos. Sempre contra os negros, e o pior, estes aparecendo como se fossem vítimas, indefesos, até coitados. Analisando mais a fundo, é possível perceber que foi criada ao longo de anos até uma imagem de moda ao expressar algo alusivo à “causa negra”. Não é muito difícil notar pelas ruas alguma camiseta escrita “orgulho negro” ou “100% negro/black”. Parece que foi criada uma necessidade de mostrar que quem é negro não deve sentir vergonha disso e os de outra cor devem apoiar o movimento, ganhando um status de "legalzão", "moderno". Não dá para acreditar o quanto isso é ridículo. Não o fato de usarem as camisetas, particularmente acho qualquer tipo delas totalmente desnecessário, independente da cor expressada, o problema em si é a razão para tal. Ao invés de lutarem por igualdade social, acabam brigando por raças/cores. Tenho certeza de que esse tipo de movimento faria o aclamado Zumbi balançar a cabeça.

Há algum tempo digo que tenho a curiosidade de andar com uma camiseta escrita “orgulho branco” ou “100% branco/white”. A idéia é ao sair de casa cronometrar o tempo que levaria para alguém exercer algum tipo de reação negativa. Não me espantaria haver sérias denúncias alegando racismo ou algo do tipo.

São por essas e outras questões que farão o racismo sempre existir. Enquanto tratarem tudo com diferenças o país será eternamente, de forma ou outra, preconceituoso.

domingo, 9 de novembro de 2008

Belos vencedores.


Tudo certo, campeão
conseguiu o quê desejou
pisava firme no chão
invejoso bolso gordo
um belo modelo de sucesso

Viver sempre foi acumular
quantos esforços para tal
grandes valores a guardar
espaço nunca foi um problema
que futuro genial

Nariz pra cima, peito aberto
quanta altura, era difícil ver seu rosto
sempre correu demais
belos sapatos, aliás
não é difícil reparar

Agora as coisas estão mudando
dizem que está tudo estourando
sua imagem ficou horizontal
mas, espaço nunca foi um problema
tragam mais material!

Mas que estranho, onde já se viu?
sair coisas do ouvido de quem nunca ouviu
nada de pânico, nunca esteve sozinho
é um dos vencedores
guardarão muito bem os seus troféus
só não revele suas dores.

Enfim, devaneios de madrugada.